sábado, 13 de fevereiro de 2010

Carnaval de Olinda

Conheça como surgiram alguns dos bonecos gigantes, troças e blocos que animam as ladeiras da cidade Patrimônio da Humanidade
POR BÁRBARA LUSTOSA
Sem dúvida alguma, o carnaval de Olinda é um dos mais aclamados do Brasil, pois todos podem curtir independente da posição social. Nesse período Olinda tem suas velhas e históricas ruas animadas pela alegria dos foliões que são de todas as partes que têm o único propósito de se divertir num clima de pura descontração. Essa cidade, cenário de tantas histórias, torna-se um reino de faz de contas, pois adultos podem por alguns dias voltar a serem crianças. Pessoas comuns viram personagens de histórias em quadrinhos, desenhos animados, assumem características que sempre quiseram ser, desde a boa fadinha do Peter Pan, até a bruxa má da Branca de Neve, através de fantasias que mexem com o imaginário de todos.
É uma das maiores festas populares do país, onde todos brincam num clima cheio de ritmos variados como: Maracatu, afoxé, Caboclinhos, Samba e muito Frevo no pé. Além de todos esses ritmos pode-se contemplar os bonecos gigantes, marca registrada do carnaval olindense. Eles possuem em média três metros de altura e chegam a pesar 50 quilos. Os gigantes mais famosos são:
“O Homem da Meia Noite” - Criado em 1932, é o mais antigo a circular pelas ladeiras e ruas do Sítio Histórico. Surgiu por uma dissidência de membros da troça carnavalesca “O Cariri” e foi carregado durante 57 anos pela mesma pessoa: o bonequeiro Cidinho. Esse boneco abre oficialmente o carnaval de Olinda à meia noite do sábado de Zé Pereira.
“A Mulher do Dia” - Surgiu em 1967, por uma conversa entre dois carnavalescos que decidiram criar uma companheira para o “Homem da Meia Noite”. Da união desses dois gigantes nasceram: “O Menino da Tarde”, em 1974, aniversariando sempre no primeiro domingo de Janeiro quando tem início os ensaios das agremiações. E “A Menina da Tarde” que nasceu em 1977.
Além dos gigantes foliões destacam-se as troças, blocos e clubes como:
“Elefante” - Fundado em 12 de fevereiro de 1952, por um grupo de rapazes que saíam pelas ruas e ladeiras de Olinda segurando um biscuit que representava a figura de um elefante. Sua música foi composta por Clídio Nigro e Clóvis Vieira, a princípio com o nome “Olinda número 1”. Hoje a música é considerada um verdadeiro hino para o carnaval olindense.
“Pitombeira dos Quatro Cantos” - Fundada em 31 de janeiro em 1947, quando um grupo de rapazes desfilou pelas ladeiras e ruas estreitas de Olinda com galhos de pitomba nas mãos.
O bloco “Virgens de Olinda”, foi fundado em 1953. Desfila sempre no domingo que abre a semana pré-carnavalesca. É composto por homens que desfilam fantasiados de mulheres, e com toda uma irreverência, contagia a todos com brincadeiras.
O clube misto “Vassourinhas”, foi criado em 21 de janeiro de 1912. Seu símbolo é a vassoura e é a segunda agremiação mais antiga de Olinda.
O “Bacalhau do Batata” surgiu em 25 de fevereiro de 1965 pelas mãos do Garçom Isaias Ferreira, todos os anos esse bloco arrasta vários foliões por todo o Sitio Histórico nas manhãs da quarta- feira de cinzas.
“Flôr da Lira” - Surgiu em 1974. Seu fundador foi o professor Teodomiro Pereira que teve um papel fundamental de resgate dos blocos de pau e corda no carnaval olindense.
“Marim dos Caetés” - Foi criada em 1982 por uma dissidência da diretoria da “Pitombeira dos Quatro Cantos”.
“Ceroula” - Surgiu a partir da extinção da troça “Pijama”. No início era composta apenas por homens, mas atualmente é admissível também a participação de mulheres.
“Bloco da Saudade” - Sua música é o frevo de Bloco. Costuma desfilar na tarde do domingo levando consigo muitos foliões.
O bloco “Tarados da Sé” foi fundado em 1987 por músicos inspirados na música “Tarados da Sé” de autoria de Luciano Padilha e Lourenço Gato.
O “Maracatu Nação Pernambuco” surgiu em 1989, com o intuito de resgatar a memória do maracatu. No carnaval eles apresentam-se de duas formas: uma em shows de palcos e polos montados e depois nas ruas.
“Maracatu Piaba de Ouro” - Fundado em 1977, por Manuel Salustiano, o seu nome foi inspirado nos peixes pequenos que existia num riacho próximo à casa de mestre Salustiano.
“Escola de Samba Preto Velho” - Surgiu em 24 de dezembro de 1974. Seu símbolo é a imagem de um Preto Velho, uma homenagem dos fundadores aos moradores antigos da área que descendem de africanos.
“Escola de Samba Oriente” - Surgiu em 15 de novembro de 1955. É a principal opção de lazer da comunidade e sua bateria desfila no domingo e segunda-feira de carnaval.

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