domingo, 18 de abril de 2010

Proteção escandalosa: o chamado Filhotismo

Tal pai, tal filho… Filho de peixe, peixinho é… Quem sai aos seus não degenera…

São muitos os provérbios que exprimem a idéia de que os filhos reproduzem defeitos e qualidades dos pais. É uma verdade quase universal, afinal sempre trazemos algo dos nossos pais e doamos aos nossos filhos. Ultimamente esses provérbios estão tão na moda no cenário político que se criou um neologismo, ou melhor, uma palavra única que engloba todas essas qualidades – ou quem sabe defeitos -, o chamado filhotismo.

Por causa desse tipo de proteção, é que há muito tempo a capacidade individual deu lugar aos interesses políticos. Hoje o cenário político em Pernambuco está cheio de filhotismos.
Estão presentes na bancada de deputados estaduais e vereadores. Encontraremos assim, em um número alto, os filhos de prefeitos, de ex-deputados, de outros vereadores, etc. Não importa o partido, o DNA está presente do palanque à bancada. Ora, dirão os entendidos, é assim que caminha a humanidade.

Coincidência ou não, essa prática – o filhotismo – surgiu logo quando ficou proibida a contratação de parentes para cargos públicos. Quando o chamado nepotismo ficou proibido.

Mas, vamos lá! Admitamos, sem ter onde colocar sua prole, o chefe político, encontrou no legislativo uma forma de continuidade do seu reino. Deve ser uma prova de amor, um presente patriarcal.

No entanto, essas vias de sucessão hereditária são bem representadas em um poema do imortal Drummond: “O presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas”.

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