terça-feira, 19 de abril de 2011

Comentário

Maternidade da Encruzilhada: O martírio das gestantes

O choque de uma realidade cruel! É isso que vemos na Maternidade da Encruzilhada em Recife. O telejornal NETV fez uma denúncia de uma combinação implacável de ausência de respeito e amor ao próximo, somada a uma incompetência administrativa por parte dos que deveriam cuidar para que a saúde pública fosse eficiente em nosso Estado.

Por falta de leitos, grávidas são atendidas em cadeiras, nos corredores da maternidade. Das cinco salas de parto do hospital, apenas duas estão em funcionamento. Existem 12 leitos para atender as gestantes, mas na segunda-feira (18), 35 pacientes se encontravam na maternidade.

O sofrimento é grande. A falta de estrutura expõe as mulheres e crianças a um grande risco de contaminação por bactérias devido à proximidade em que elas se encontram do lixo hospitalar e roupas sujas.

Para se ter ideia da barbárie que vem acontecendo, o médico Stefan Welkovic, relatou que tem se tornado uma rotina as mulheres passarem de três a quatro dias numa cadeira após o parto.

A falta de recursos humanos e materiais são algumas das grandes causas do péssimo tratamento que essas mulheres recebem. Para o coordenador médico da Maternidade da Encruzilhada (que é administrada pela Universidade de Pernambuco), Sérgio Cabral, a superlotação se dá em função de toda a rede do Estado estar sobrecarregada, o que impossibilita a transferência das grávidas para outras unidades de saúde.

O fato é: A saúde pública só melhora nas estatísticas ou nas promessas ilusórias com a chegada das eleições. Mas não fiquemos tristes... A tão esperada reforma política está chegando! O belo projeto das eleições por “Lista fechada” será um novo passo na política do retrocesso. Voltaremos ao comando das Capitanias Hereditárias, onde os caciques irão escolher seus sucessores – filhos, sobrinhos ou parentes. O povo que mendigue ou que tenha seus filhos num canto, num chão ou numa cadeira de um corredor qualquer de uma maternidade...

A impressão que dá é que quando achamos que chegamos ao fundo do poço (da indiferença à vida e ao negligente atendimento à saúde pública), percebe-se que esse poço não tem fundo. O meu pobre estômago não resiste e se embrulha diante desse espetáculo nojento de falta de respeito à dignidade humana.

Por Bárbara Lustosa

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